terça-feira, 26 de julho de 2016

Os avós

Hoje celebra-se o dia dos avós. Hoje é o dia certo para os relembrar e homenagear! 
Dos meus tenho nenhuma ou poucas memórias. E na maioria delas não os recordo como companheiros de aventuras e de brincadeiras, mas como “crianças” a quem temos que dar mimo e cuidar. Aprendi cedo com os meus pais a importância de sermos cuidadores de quem já viveu uma longa vida a cuidar de nós. Todos já partiram e desejo que onde quer que estejam, espreitem e cuidem de nós.
Mas a vida, sem pedir licença, consegue colocar pessoas maravilhosas na nossa vida e hoje posso dizer que "ganhei" mais três avós. 
O avô Candeias era a figura de avô que nunca tivera oportunidade de conhecer, um verdadeiro patriarca e companheiro amigo de todos da família. Claro que tenho saudades! Gostava muito que tivesse conhecido os filhos do seu neto mais velho.
A avó Ana era a avó cuidadora de todos e excelente cozinheira, cheia de genica e imparável, opinativa mas verdadeira. Para a nossa família sempre foi e será: única. Acho que acolheu-me como mais uma neta. E eu gostei dela como se tivesse sido minha avó a vida inteira. O quanto me custou aquele dia! Consola-me que tenha conhecido a Carolina e que, já no fim, tenha esboçado os mais custosos e sentidos sorrisos. Tenho pena que não tenha chegado a conhecer o reguila do Rodrigo. Acho que iria recordar e reviver, com mais graça, as traquinices do Duarte.
A avó Lucília é a força da natureza em pessoa, trabalhadora e perfeccionista. Sempre empreendedora: constantemente a engendrar ideias mirabolantes para resolver os mais simples obstáculos da sua agricultura e do dia-a-dia. Pássaros sortudos! Uma avó presente e mais feliz quando consegue reunir todos à sua volta. E o quanto nós gostamos dos jantares de Domingo.
Como mãe dou ainda mais importância ao papel dos avós. Se outrora quis ser neta, hoje zelo pela alegria e felicidade que vejo nos meus filhos quando estão com os avós. São mesmo especiais. Presença diária, apoio incondicional e o típico pack completo do que é ser avó/avô: amam primeiro, educam depois. E ainda bem! Obrigada!! Pelo amor, pelo carinho e pela paciência. Por darem chance aos nossos filhos de serem netos e de poderem ter pessoas e memórias tão especiais nas suas vidas. 
Certamente que um dia escreverão num qualquer blog as fantásticas memórias de: brincar à dança dos chapéus ou desfilar à Elsa com as écharpes da avó; brincar às casinhas numa tenda montada no meio da sala; molharem-se até ao pescoço com uma pequena piscina na varanda; brincar às sestas da escola com meia dúzia de bonecos e paninhos que a avó arranja só para o efeito, tudo espalhado pelo chão da casa; confessarem ter comido ovos de chocolate, doces ou gelados à revelia dos pais, porque quando é proibido e oferecido pelos avós tem um gosto ainda mais delicioso; receberem presentes dos avós no Natal, Páscoa, aniversários, dia da criança, e porque chegou a Primavera e depois o Verão, ou por causa dos saldos ou porque é melhor mimar sem limites (faz parte do pack avós!); visitarem museus com esculturas estranhas e que geram curiosidade ou irem ver concertos e espetáculos, porque a cultura não tem idade; pedirem à avó para se sentar no chão a brincar e ela já não se conseguir levantar sozinha e rirem as duas à gargalhada (toca a perder peso!); “roubos” de fotografias dos netos dos álbuns dos pais; encobrir disparates e guardarem segredos; receberem cromos e passarem um bom tempo a colar, contar e a analisar a coleção; serem elogiados porque são educados, carinhosos, lindos e amados com um amor tão diferente e tão bom como o que se tem pelos filhos; terem um porto seguro quando o pai ou a mãe fazem cara menos amiga e chamam à atenção.
Eu ainda não sei se ser avó é maravilhoso. Mas sei que sempre fui uma neta acarinhada e tenho a certeza de que os meus filhos têm avós únicos e fantásticos!

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