Já há alguns dias que andávamos ansiosos pela chegada do Rodrigo e começámos as consultas e CTGs regulares às quase 38 semanas. A cada toque que a médica dava, e depois de percebermos que a posição dele era diagonal, era cada vez mais certa a possibilidade de que o Rodrigo não ia querer vir ao mundo por iniciativa própria.
Eu andei, eu fiz compras do mês de supermercado sozinha, eu fazia todos os esforços e mais alguns, mas nenhuma novidade.
A somar, tínhamos que contar com as condicionantes de cesariana anterior e não poder haver lugar a toma de medicação para indução do parto.
Falámos com a médica e decidimos marcar cesariana para o dia em que ele nasceu: 20 de Junho. Foi muito bom termos feito assim. Não houve stress, conseguimos planear como seriam os dias da Carolina, foi possível irmos à festa de final de ano do colégio, conseguimos ter a nossa amiga Cristina no parto, evitámos que o Rodrigo nascesse no mesmo dia que o tio Duarte e ele pôde estar cá… tudo orientado e controlado (como eu bem gosto).
Mas as coisas nunca acontecem exactamente como planeamos e foi logo no primeiro dia que percebi a mensagem: “Apesar de ser a segunda viagem, nada vai ser como na anterior!”
A chegada ao hospital foi tranquila e a admissão correu bem. É logo no início que acontece uma das coisas que me custa mais: canalizar a veia para pôr o soro. Não sei explicar, mas para mim, isto é terrível. Mas lá se passou e pelos nossos filhos, nós enfrentamos. Quando a médica chegou, fui logo para o bloco para fazer a epidural e dar-se início à cesariana. Tal como na Carolina, esta parte é muito stressante para mim. É quando me cai a ficha “isto vai mesmo acontecer”, é quando tenho medo, é quando sinto falta do João, é quando me sinto tensa com a posição em que tenho que estar para a epidural… quando foi da Carolina chorei, mas passou. Do Rodrigo não chorei, mas senti o coração a mil… e quando tudo estava para começar, foi o descontrolo total! A equipa médica ia começar, eu ainda sentia tudo, vi o reflexo do que estava prestes a acontecer no foco de luz que estava por cima de mim… chorei, gritei, descontrolei-me, queria fugir… e num ápice sedaram-me: com medicação, com o meu marido que me limpava as lágrimas, com a Cristina que me fez sentir segura. E em segundos vemos o Rodrigo, ouvimos o seu choro e dizem que está tudo bem.
Felizmente, a Cristina estava perto de mim e ia-me tranquilizando e explicando porque é que eu me contorcia de dores sempre que me mexiam/limpavam do lado esquerdo. Dizia-me “é só uma janela”… isto é, a anestesia já não estava a fazer grande efeito daquele lado.
Declaradamente, a cesariana do Rodrigo foi mais custosa que a da Carolina, apesar de ter sido mais rápida.
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1 - O pai feliz e divertido | 2 a 4 - O primeiro contacto, as primeiras palavras... Eu estava com um ar péssimo! |
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5 - O nosso príncipe | 6 - Enquanto a mãe estava acompanhada pela Cristina, o pai pegou logo no Rodrigo
7 e 8 - Já no recobro, depois da primeira mamada, o Rodrigo só sossegou a chuchar no meu dedo |
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9 - Nos primeiros dias, o João (lindo!) foi incansável | 10 - O meu ar péssimo ainda durou uns dias
11 e 12 - O nosso Rodrigo esteve sempre tranquilo, sem cólicas e sem choros |
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13 - Enquanto o Rodrigo começava a olhar o mundo... | 14 - Os pais refastelavam-se com o melhor: café e pastéis de Belém (obrigada Duarte!) | 15 e 16 - Quando a Carolina conheceu o mano Rodrigo |
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17 - Quis logo pegar-lhe ao colo | 18 - Só queria estar sempre a mexer nele
19 e 20 - Rodrigo, tranquilo, já em casa |
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21 a 24 - Primeiro dia em casa |
O balanço dos dias de maternidade é bom. Mas teve momentos menos bons e outros muito bons. Como o Rodrigo nasceu à hora de almoço, evitámos ter visitas nesse dia. Nos dias seguintes tivemos algumas visitas, mas muito, muito menos do que aquando do nascimento da Carolina. Será que é por ser o segundo filho?
As minhas cores (mais pálida que uma parede) foram uma constante e cada vez que entrava uma enfermeira perguntava-me se eu costumava estar tão pálida ou se estava a sentir-me mal.
As primeiras vezes em que me levantei não correram bem. Fui sempre socorrida e nunca houve estragos. Até mesmo quando fui tentar ver o banho do Rodrigo e senti-me mal, deitei-me no chão da sala de espera só para não desmaiar sem amparo. É um conselho de ouro: do chão não passas, por isso, importa não fazer estragos.
A comida estava sempre fantástica e soube-me sempre pela vida! Estava sempre esfomeada.
Uma coisa menos boa: morri de saudades da Carolina! Como não sabíamos como ia ser a reacção dela ao nascimento do Rodrigo, como seria ir ver-nos e depois nós ficarmos e ela não, optámos por ela ir à maternidade apenas no último dia e sairmos juntos. Acho que foi uma boa decisão. Mas tive tantas saudades!!
Como expectável, há muita coisa que é igual quando se tem um ou dois filhos (e deve ser assim até ao 12º filho). Mas há muitas diferenças, muitos factos e emoções que são diferentes.
Ora aqui vão algumas diferenças entre Carolina e Rodrigo.
A overdose de amor é mais levezinha. Nós sabemos que vai ser uma explosão de amor incondicional, mas não é o choque de um primeiro filho, em que não fazemos ideia do que vai acontecer. O coração estica e, no mesmo dia, a importância e a forma de cuidar e amar já são iguais. A segurança é muito maior. Já se sabe onde se falhou e acertou na primeira viagem. Já só temos medo em relação ao desconhecido. Já não há salamaleques e paranoias com esterilização e higiene (note-se: não estamos a falar de deixar de tomar banho… estamos mais a falar de passar as mãos por desinfectante cada vez que se pega no bebé). Não há dedicação exclusiva e tempo para contemplar a cria. Quando o Rodrigo está tratado, há que dar atenção e cuidar da Kikas. O choro faz muito menos confusão – os bebés choram! E há mais tranquilidade e destreza em decifrar o que será e resolver.
Os bebés são diferentes. Mesmo sendo filhos dos mesmos pais. Mas também os pais são diferentes, de filho para filho: crescemos, aprendendo e errando com cada um deles.
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