sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Colo ou não colo: eis a questão!

Quando tenho um bocadinho de tempo livre, escolho uma das várias opções que me agradam para me entreter, que passam por televisão, computador ou livros.
O livro que me acompanha (desde Julho…) ainda é o da Rita Ferro Alvim (Socorro! Sou Mãe...Como sobreviver com alegria ao 1º mês de vida do bebé – Editorial Presença) e há uma parte do livro que adorei pois transmite exactamente o que sinto e penso sobre a questão delicada e polémica: dar colo ou não – eis a questão!
Já dei por mim a pensar que dou colo demais à Carolina: ou porque ela chora e eu socorro-a; ou porque ela adormece mais depressa ao colo do que sozinha ou apenas porque EU preciso de mimos e sabe-me tão bem tê-la perto.
Também já reflecti sobre os mimos de colo que a Carolina recebe de toda a gente, pois vá onde for, eu gosto que as pessoas lhe peguem. Gosto, porque acho que as pessoas também gostam. E acho bem que lhe peguem, porque considero essencial ela conhecer as pessoas e sentir-se amada por elas. Quem não gosta de mimos?
Esta questão do choro-colo surgiu ainda com mais intensidade esta semana, pois a Carolina teve um dia inteiro – das 10 da manhã à 1 da manhã – em que só conseguia estar em 3 estados possíveis: a chorar, a mamar (de hora a hora… pois era a única coisa que a consolava) ou a dormitar (de exaustão pelos dois estados anteriores). E tudo isto… sempre ao colo! Ao fim da tarde, já tinha percebido que era por dificuldade em evacuar (costuma fazer 3 ou 4 presentes e ainda não tinha feito nada). Ao fim da noite, tivemos que a ajudar e ela ficou muito mais aliviada e feliz.
Claro que, durante o dia, dei por mim muitas vezes a dizer à Carolina para ela se calar, porque não eu não gosto de birras. Mas depois de tudo passar, compreendemos que estes bebés tão pequeninos não fazem birras, mas comunicam-nos que alguma coisa não está bem. Filha, desculpa não ter percebido e resolvido mais cedo o problema!
Mas há quem não defenda a teoria de ‘deixar chorar’ e considere que colo a mais causa hábitos de dependência, que vão dificultar o seu crescimento ou autonomia. Até existem teorias sobre espaçar tempos de reacção, quando os bebés choram, para que eles não se apercebam que nós estamos sempre disponíveis. (e não é suposto estarmos?)
A autora do livro que estive a ler (Rita Ferro Alvim) conseguiu pôr por palavras um discurso claro e muito consolador para mães que pensam como eu. Ora aqui vai:
«O choro do bebé vem carregado de instruções e comandos. Agora o ruído pode parecer-lhe sempre igual, mas não tarda nada vai dar por si a surpreender tudo e todos, com a interpretação sensorial da mensagem que o seu bebé lhe está a enviar. O choro do bebé não existe à toa… A expressão “Quem não chora não mama!” mostra exactamente a importância que o choro tem para a sobrevivência. Para além disto, é um disco, ou uma colectânea, com ensinamentos para os pais.
Na verdade, nesta altura, não deve deixar o seu bebé chorar! Não acredite quando lhe dizem que chorar abre os pulmões. Não é verdade! Se o seu bebé está a chorar, deve tentar perceber o que ele quer. O seu bebé não usa o choro como manipulação, mas como forma de comunicação… e está a querer dizer-lhe qualquer coisa.
Fome, sono, frio, sede, um arroto, cólicas, vontade ou incapacidade de fazer cocó ou simplesmente desejo de colo… não interessa! Nestas idades, não há necessidade de deixar o seu bebé a chorar. Até porque pode ser o aviso de que está maldisposto com um arroto por dar, ou até por querer bolsar um pouco de leite. O seu bebé precisa de si e, se não for pelas necessidades básicas ou de conforto, talvez seja porque se sente perdido e abandonado…
Está provado que, quando os pais actuam de imediato perante o choro do bebé, isso vai dar-lhe confiança! Ignorar o choro do bebé vai transmitir-lhe sinais errados. Não dar resposta, é o mesmo que dizer-lhe que desistiu dele, que ele tem pouca importância e isso vai torna-lo inseguro.
Para além disto, a mãe está preparada para o choro do bebé. Por mais que pense que não, está na sua natureza. Instintivamente, a sua reacção é ampará-lo. Até no plano físico isto se manifesta, através das hormonas, com o aumento do fluxo sanguíneo nos seios e, com ele, a necessidade de amamentar e reconfortar. Por isso, é sempre mais difícil para a mãe ouvir chorar o seu bebé e não fazer nada quanto a isso, do que para os outros.»

Aqui fica a partilha de mais uma reflexão e aprendizagem deste meu longo e maravilhoso caminho de ser mãe.



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3 comentários:

  1. Colo! Sempre colo! Isto porque eu não quero que ela se desabitue... em Dezembro quero mais mimos! ;) Beijinhos aos três!!!

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  2. Colinho é bom! :) as manhas aparecem mais tarde. Lembro-me de ligar ao pediatra porque o kiko só "berrava" e de ele me dizer para dar colo :) por isso, não te sintas mal em dar muitos muitos muitos mimos, eles precisam nesta idade. Beijoca

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  3. Sara, a Carolina também está ansiosa pelo teu colinho! Ela sente saudades dos colinhos dos "emigras" que infelizmente são cada vez mais.
    Selma, não te esqueças de me avisar em que altura aparecem as manhas... porque é tão bom dar mimos a esta boneca, que posso perder a noção de quando é a altura de parar! ;)

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